Vê se te arruma.
Feliz Proteção
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O Mestre Sem Móveis
Foto de Ivan Cabral - Brás - Sampa - 2011 |
Para sua enorme surpresa, a casa do grande dignatário não era mais que um humilde casebre, com chão de terra batida. E dentro dele não havia um único móvel. Apenas uma esteira servia de cama ao morador, estendida num canto da sala, e alguns livros.
O candidato não conteve a curiosidade e perguntou:
- Mestre, onde estão os teus móveis?
O mestre respondeu com outra pergunta:
- E os teus, onde estão?
- Os meus? -estranhou o candidato. - Mas eu estou aqui só de passagem.
E o mestre:
- E eu também.
Mas tinha que respirar...
Andreas Franke |
http://www.vagalume.com.br/arnaldo-antunes/debaixo-dagua.html#ixzz1bSPVkpUC
Varais ao vento
Melhor desistir!
a foto veio de Margot, the cat |
Uma Breve Histoire d´Amour
Foto de Adriana Versiani |
Da Importância das Coisas
O Perdão
varal uruguaio
Iluminuras
A Arte do Chá
origamis coisa + fofa da petipan, peguei do blog da Thaís, outra fofa |
convidei um amigo
para ficar em silêncio
comigo
ele veio
meio a esmo
praticamente
não disse nada
e ficou por isso mesmo
Paulo Leminski
Desatinou?
Balançando as cores no Varal
Mudei...2011!
Outro tema
Que facilidade vocês tem para se ferir!
A frase não era na sua direção. Mas ecoou pela sala e a atingiu. Sua voz embargou, sua tez enrubesceu, seus olhos marejaram e então se levantou. Ajeitou indelicadamente os talheres no prato fazendo muito barulho, empurrou ainda mais a cadeira para musicar com o chão e começou a praguejar. Ouvia-se "calma, calma" entre as maldições. Mas ela não ouvia. Não ela! Maldizia mais ainda! Normalmente numa discussão quando uma pessoa ofendida se ausenta espera-se que vá respirar, coloque a espinha no lugar e volte para poder dialogar. Mas não ela. Ela não! Sua mente foi longe, bem longe, nas entranhas do divino que poderia ser chamado de inferno. Um inferno infantil, de criança sem pirulito no shopping, para desespero dos pais. Ela voltou à infância, ao colo da mãe, ao colo tão desejado e não suprido, culpou-a pela sua falta de feminilidade tão desejada e cultivada. Ela havia se tornado um falo imponente, defensivo e amedrontador. Tinha tanta raiva acumulada despertada por aquela frase que agarrou uma pedra pesada e atirou na direção do autor. Entre seus gritos lancinantes de dor e desespero os vizinhos se assomaram nas janelas. Era um furor uterino. Uma dor de não ser aceita como é. Ficava cada vez pior. Ninguém poderia detê-la. Não nessa hora. Não a ela! A voz tentava dar corpo a uma dor irrepresentável. Os vizinhos desceram dos edifícios e foram para a rua. Um espetáculo perfeito. Sabe-se que a intenção não era essa mas o resultado não foi tão ruim assim. A dor era real mas o narcisismo exagerado. Perde-se totalmente o pudor, a vergonha, a moral. Rígida, ela tinha a ilusão de não estar perdendo nada. Não ela! A família, objeto e causa de sua dor traumática, essa sim estava tendo a certeza de um ataque mais que histérico. Mas dizem que os espetáculos histéricos são uma tentativa de auto-cura. Sim, pois somente querer curar-se é a solução. Porém para querer curar-se é necessário reconhecer-se doente. Doente precisando de ajuda. Mas ela não quer a da família. Não ela! Da família ela só quer carinho e compreensão. Coisa que eles tampouco estão preparados e seguros para ofertar. Da família ela quer distãncia. Da família ela quer compreensão e apoio distantes. Distantes, bem longe mesmo, porque eles falam muito e julgam muito e não a aceitam muito e não entendem muito de quase nada nesta vida. São favelados, pobres de espírito, sem universidade e de pouca leitura. Ela esquece suas origens, renega sua genética. Sim, percebe-se uma tentativa de amá-los, de fato se percebe um esforço. Mas ela não consegue. Não ela.
"Quero cada vez mais aprender a ver como belo aquilo que é necessário nas coisas:
triste
Sucesso
Cicatrizes
Essa aqui - ela mostra o joelho esquerdo agora - foi quando eu escorreguei, outro dia, na casa da minha mãe.
Essa aqui é a minha cesareana.
Essa aqui - toca a sobrancelha - foi numa topada num orelhão na Av. Paulista.
Essa aqui - aponta o coração - não dá pra ver mas ela tá ali...fiz por um amor não correspondido na adolescência...
Essa aqui ó - abre a boca e tenta mostrar a garganta - foi de um grito de dor.
Essa outra mais profunda é de um grito que eu não dei.
...
Aquela ali - e aponta a testa do marido - é uma tamancada que acertei.
A minha ficou mais ou menos por aqui - e vai tateando o braço direito até chegar no omoplata.
Essa - e mostra o cotovelo direito - foi uma ralada numa parede "texturizada" na casa da minha tia. Na tia de novo. Moderna com a parede "texturizada".
Tem essa aqui também - e aponta a nádega esquerda - que foi de um furúnculo. Também na adolescência. Será que...?
Essa do meu dedo foi cortando pimentão com a vó.
Essa aqui menorzinha também no coração é de uma amizade desfeita.
Essa doeu muito - e abre a mão esquerda mostrando o espaço entre o polegar e o indicador - foi cortando tomate e brigando. Me desconcentrei.
Essa aqui atrás dos olhos é de um negócio que eu vi e nem quero mais lembrar.
De nada...não quero mais lembrar de nada.
Escombros
Pessoas observam barraco montado em Copacabana com material retirado de escombros do morro do Bumba.
A organização não governamental Rio de Paz instalou neste sábado na areia da praia de Copacabana um barraco e um varal com várias peças de roupas penduradas. Erguido com madeiras dos escombros de casas destruídas pela chuva que atingiu o Estado há dez dias, o barraco chama a atenção de quem passa pelo calçadão de Copacabana, em frente à avenida Princesa Isabel.
O diretor executivo do Movimento Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, informou que a instalação do barraco tem o objetivo de levar para a praia o cenário de uma favela e mostrar como as pessoas convivem com a falta de infraestrutura, como saneamento e de segurança.
"Com este protesto, queremos chamar a atenção das autoridades dos governos estadual e municipais para que estabeleçam e cumpram um cronograma de obras que dê dignidade aos moradores de comunidades carentes".
Vários moradores do morro do Bumba, em Niterói, que foi praticamente destruído com um deslizamento, e que perderam suas casas, participam da manifestação. Os últimos temporais que atingiram o Rio de Janeiro deixaram pelo menos 253 mortos e centenas de desabrigados. Niterói foi o município mais afetado.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u722353.shtml