noturna claridade

Bienal de Veneza - 1997 (O Juca me mandou)
Há muito , arquiteturas corrompidas,
Frustrados amarelos e o carmim
De altas flores à noite se inclinaram
Sobre o peixe cego de um jardim.
Velavam o luar da madrugada
Os panos do varal dependurados;
Usávamos mordaças de metal
Mas os lábios se abriam se beijados.
Coados em noturna claridade,
Na copa , os utensílios da cozinha
Falavam duas vidas diferentes,
Separando da vossa a vida minha.
(Infância, do livro Testamento Brasil & O Domingo Azul do Mar, de Paulo Mendes Campos)
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