Ruptura

photo Lu Botelho - Roma 2008
Dê uma de sentimental e você acabará representando
o velho melodrama A Salvação do Amor.
"Perdão", sussurramos, e esperamos um eco
mas nada retorna do silêncio acima de nós.

O melhor é salvar o amor desde o começo,
evitando todos os apaixonados "nuncas" e "para sempres";
devíamos ter ouvido o que as rodas do trem gritavam:
"Não façam promessas!" Promessas são alavancas.

Devíamos ter prestado atenção nos galhos quebrados,
devíamos ter olhado para o céu enfumaçado,
advertindo quanto às tolas pretensões dos amantes--
quanto maior a esperança, maior a mentira.

(fragmento de Ruptura- de um poeta russo que li anos atrás)
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