onde bate mais sol
Depois que te vi,
vi que o dia não era o dia,
vi que o ar não sustinha o ar.
Vi que não via.
Para que não te vás, não movo os lábios;
para que não te vás, não tremo as pálpebras;
para que não te vás, a respiração é tênue,
em quietude as plumas do sangue a que não amanheça nem anoiteça.
E a água aguarde regalada, absorta, embebendo-se na própria boca.
As coisas não decifradas é onde bate mais sol.
Maria Carpi, mãe do Fabrício
Maria Carpi, mãe do Fabrício
(A Força de não ter Força)
Porto Alegre, 18 de agosto de 2003. Zero Hora, edição nº 13876
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